sábado, 20 de março de 2021

A Morte e a Primavera de Mercè Rodoreda | Livros

 Sinopse:


"Desde 1961 até à sua morte em 1983, Mercé Rodoreda trabalhou intermitentemente em «A Morte e a Primavera», que ocupou em exclusivo o seu último ano de vida, e acabaria por ficar incompleto.


A narrativa decorre numa atmosfera medievalizante e irreal. É um livro obsessivo e singular, de poesia contida na dureza de uma gesta antropológica, que se desenvolve numa povoação elementar e mítica.


Com o lirismo hierático de um relato oral, «A Morte e a Primavera» confronta-nos com os ciclos naturais, a crueldade, o desamor e o enigma de existência. A crítica considerou-a a mais reveladora e implacável obra da autora de «A Praça do Diamante».


E é precisamente a sua dimensão alegórica que faz deste romance da escritora catalã um dos mais originais de moderna literatura hispânica."


Género: Romance.


Data de Publicação: 1992.


Páginas: 200.


Editora: Relógio D' Água.


Fotografia da minha autoria - A Morte e a Primavera de Mercè Rodoreda

Opinião:

Li este livro no decorrer desta semana a propósito do dia da Primavera e que se tornou em mais uma boa leitura de 2021.

E nada tinha mudado: as folhas eram as mesmas, e as árvores e as borboletas e o tempo que, dentro daquela sombra, parecia morto...E tudo tinha mudado.


"A Morte e a Primavera" é um livro essencialmente: estranho, triste e trágico. No entanto, tornou-se num dos livros que mais me fez pensar durante e após a sua leitura. Um livro onde a Morte encontra a Primavera.


Saí de detrás do meu esconderijo, olharam-me e ele continuou a contar como se eu não estivesse ali e disse que todas as almas são boas, que o mal é feito com as mãos e com os olhos e elas não têm nada disso... só uma coisa...ser almas e poder fazer vento.

Mercè Rodoreda, conta-nos a história de um rapaz, do seu passado e do seu presente, mas também da aldeia onde vive e das pessoas que nela coabitam. No entanto, não é uma simples ou mais uma história. É o tipo de história que à medida que lemos e avançamos na leitura, pensamos no porquê dos acontecimentos e chegamos a pesar as palavras que o nosso protagonista e narrador desta história nos procura inquietar.


Numa descida encontraram-se o homem e a sombra e nunca mais se separaram.


Foi uma leitura fantástica e o meu primeiro contacto com a autora correu super bem. Adorei a sua escrita que me faz lembrar um pouco da escrita de José Saramago em determinados capítulos, onde a nossa ânsia por descobrir é maior do que o que nos está a ser exatamente narrado.


Não há palavras...seria preciso fazê-las.

 

Classificação: 4 estrelas.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Com tecnologia do Blogger.