Sinopse:
"Madame Sadayakko, foi a gueixa mais amada pelos Japoneses e idolatrada na Europa. Oriunda de uma família da classe média, foi educada para ser gueixa numa época em que esse estatuto tinha grande importância na cultura japonesa, apesar de ser uma profissão «à margem» da lei. A pequena gueixa rapidamente se tornou a mais famosa do Japão não só pela sua beleza, como pela sua cultura.
Mas Sadayakko foi a primeira estrela internacional japonesa, tendo atuado perante presidentes e reis europeus. Foi pintada por Picasso."
Género: Biografia, Literatura Asiática.
Ano de Publicação: 2003.
Páginas: 349.
Editora: Bertrand.
Avaliação no Goodreads: 3.60.
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| Fotografia da minha autoria - Madame Sadayakko: A gueixa que seduziu o Ocidente de Lesley Downer |
Opinião:
Num dos fins de semana prolongados, em que o feriado teve a feliz coincidência de ser numa sexta-feira, eu e os meus colegas de trabalho aproveitamos para passear por Nazaré, Caldas da Rainha e de ainda visitar Óbidos.
Era como se tivéssemos recuado no tempo, para um dia de Outono de há mais de cem anos.
Foi nesta última cidade que dentro da fortaleza, um amigo, encontrou uma loja de livros em segunda mão e sendo eu, louca por livros, não podia deixar de entrar, dar uma longa vista de olhos e claro que comprei livros. Sendo este um deles.
O plano original era absorver a tecnologia mais recente, a fim de vencer o Ocidente no seu próprio jogo.
Fiquei encantada com a capa (tanto me faz lembrar uma passageira num avião como uma pessoa a ver-se num espelho), fiquei intrigada com o título e subtítulo e ao ler a sinopse percebi que era uma biografia pelo que não deixei mais esta edição sair das minhas mãos.
a palavra «gueixa» significa à letra, «pessoa das artes».
Ingenuamente, não sabia o que era uma gueixa, mas, a leitura deste livro não deixou margem para dúvidas. Para quem desse lado, também desconhece esta palavra, quer dizer, de uma forma generalizada a educação e a arte de seduzir o género oposto com a sua beleza e as suas capacidades artísticas (dançar por exemplo). Tem também de ser elegante, saber manter uma boa conversa e saber que nunca vai partilhar o papel de esposa independemente dos homens com quem se deita.
Em Paris, tudo é de extremo bom gosto, cada parisiense é um artista, mesmo que o não seja por profissão.
Existe uma separação entre ser amante e esposa. Uma vez fazendo parte do mundo das gueixas, tinham o papel de entreter os amantes. Madame Sadayakko nasceu numa família da classe média, mas situações complicadas fizeram com que fosse entregue à educação de uma dona de casa de gueixas.
Quando fui levada para a casa Hamada, foi como filha. Embora fosse uma gueixa, era diferente das gueixas vulgares.
Apesar do papel que desempenhava, Sada Yakko, sempre teve uma boa relação com a sua mãe adotiva e entre elas havia muito carinho e lealdade.
A dor pela infidelidade de Otojiro deve ter sido tão profunda, que nunca lhe foi possível apagá-la.
Esta biografia conta uma história muito bonita de Sada. Não só de como era a sua vida enquanto gueixa como mais para a frente conseguiu seduzir o Ocidente, casar-se e ainda, abrir um caminho de atriz numa época que era impensável as mulheres protagonizarem ou fazerem pouco mais do que o seu papel de cuidadora, quer enquanto esposa, quer como mãe.
Por muito sozinha e atraiçoada que se sentisse, esperava-se que Yakko sofresse em silêncio.
Se tiverem a oportunidade de ler, diria que dificilmente não gostariam deste livro. Fiquei fascinada consoante a leitura progredia e ainda bem que encontrei este livro no meio de outros tantos que tinha na livraria. Uma feliz coincidência numa história que conta algumas das de Sada.
Classificação: 4 estrelas.
