sábado, 8 de maio de 2021

A Desumanização de Valter Hugo Mãe | Livros

 Sinopse:


"Um romance fascinante. Valter Hugo Mãe utiliza recursos do cancioneiro popular e da narrativa fantástica para perscrutar a imaginação islandesa, conduzindo os leitores a um confim do mundo cujas personagens encaram os seus destinos, envoltos num belo manto de palavras.


Passado nos recônditos fiordes islandeses, este romance é a voz de uma menina diferente que nos conta o que sobre depois de perder a irmã gémea. Um livro de profunda delicadeza em que a disciplina da tristeza não impede uma certa redenção e o permanente assombro da beleza. 


O livro mais plástico de Valter Hugo Mãe. Um livro de ver. Uma utopia de purificar a experiência difícil e maravilhosa de se estar vivo."


Género: Literatura, Romance.


Data de Publicação: 2013.


Páginas: 246.


Editora: Porto Editora.


Fotografia da minha autoria - A Desumanização de Valter Hugo Mãe, livro

Opinião:

"A Desumanização" é o primeiro livro que li do escritor português, Valter Hugo Mãe. E por isso, estava um tanto ansiosa para o começar mas também, com uma certa relutância. No fim, acabou por ser uma boa viagem até à Islândia, à vida de Halldora, da Sigridur (de certa forma) e do Einar.


A poesia é a linguagem segundo a qual deus escreveu o mundo.


Neste livro, é nos contado do ponto de vista da Halldora, uma menina de 12 anos, a perda da sua irmã gémea, a Sigridur. E, nas entrelinhas, aborda a memória perdida de um acontecimento trágico de Einar, o rapaz por quem se apaixona, que tem o dobro do seu tamanho. 


Achei que a morte seria igual à imaginação, entre o encantado e o terrível, cheia de brilhos e susto, feita de ser ao acaso. 


É uma história um tanto triste, na verdade, humana e da qual, acabamos por nutrir uma certa quantidade de empatia pelo desenrolar da vida destas duas personagens, Halldora e Einar, a menina menos morta, e o rapaz, que ninguém compreende mas detentor de um bom coração e de um certo atrevimento.


Quando abrimos o livro, metidos no cabeço a fugir de todos, pensámos que a pintura era um milagre, que os livros eram um milagre, pensámos que valíamos praticamente nada comparados com o que existia no mundo.


Aborda temas importantíssimos como: a depressão, a violência física e psicológica, a violência doméstica, a melancolia, a tragédia, o desamparo, a perda de uma irmã, a perda de um filho e muito subtilmente a tristeza, da qual não se fala, só se sente.


O que me magoa está por definir e tem-me aqui presa quanto me obriga a fugir. De igual modo me propõe a morte e a vida ao mesmo tempo.


Valter Hugo Mãe, escreveu uma história única com uma grande dose de tristeza e por isso, não conseguimos nem pousar o livro nem deixar de ter a vontade de dar um grande abraço a Halldora, ao seu pai e a Einar. 


E por cada instante me deixava levar pela ideia boa de partilhar e perdoar-me por ter crescido a partir de tanta insignificância.


Sentimos ao longo do livro, uma grande empatia, uma necessidade de proteger bem como uma necessidade de acabar com um certo ambiente tóxico que rodeia o seu ambiente familiar de forma quase instintiva. Afinal, o que ao final do dia nos torna mais humanos, é a nossa capacidade de sentir, são as nossas emoções.


E deus era o desconhecido. Cada coisa que se nos revelasse tornava-se humana. 


Classificação: 4 estrelas.

#livros #adesumanização #valterhugomãe 


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