Sinopse:
"A civilização faraónica conferiu à mulher do Antigo Egipto um estatuto excepcional, que as sociedades modernas nem sempre conseguiram igualar. Em todos os domínios, do espiritual ao material, a mulher era considerada igual ao homem. Tinha a liberdade de se casar com o homem que escolhesse, de se divorciar com direito a uma pensão, de legar e de herdar. Podia ser chefe de empresa, especialista em finanças, proprietária de terras, administradora de bens, ou consagrar-se aos mistérios divinos nos templos e santuários.
Christian Jacq, o mais reputado e popular dos egiptólogos modernos, convida-nos neste seu livro a ir ao encontro dessas mulheres - sejam elas personagens célebres, como a rainha Ísis ou Cleópatra, ou cidadãs anónimas, amantes, esposas, mães, trabalhadoras ou sacerdotistas. Célebre em todo o mundo pelos seus romances históricos centrados no Egipto dos faraós, o autor oferece-nos em As Egípcias um retrato fascinante e surpreendente de uma das sociedades que mais apelam ao imaginário do nosso mundo moderno."
Género: História.
Data de Publicação: 1998.
Páginas: 392.
Editora: ASA.
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Fotografia da minha autoria - As Egípcias de Christian Jacq, livro |
Opinião:
Adquiri este livro numa feira de antiguidades por um preço razoável e que me valeu uma boa história sobre a organização da civilização egípcia. Nomeadamente, em termos de igualdade de género, como por exemplo o acesso a grandes cargos profissionais ou de liberdade individual. Apesar de não existir pleno feminismo também não havia desconsideração pelo género feminino.
Estamos longe de qualquer feminismo, pois o que é valorizado e praticado é o papel espiritual da mulher
Christian Jacq, mostra-nos como homens e mulheres se encontravam em pé de igualdade e de respeito na estrutura faraónica. Sem a marcação da diferença de género, as mulheres egípcias eram tratadas sem diferenciação.
Nenhum ser humano era considerado um objeto sem alma.
O livro encontra-se dividido em 4 partes. Na primeira parte, o autor aborda as mulheres no poder, na segunda parte as amantes, esposas e mães; na terceira parte, as mulheres trabalhadoras e na última parte, as iniciadas e sacerdotisas. Christian Jacq aproveita os seus conhecimentos para nos mostrar como os cidadãos egípcios, ao contrário dos povos orientais, não menosprezavam o género feminino. Todo o livro retrata a mulher egípcia, o tratamento que recebia e que conferia consoante o seu cargo acadêmico, profissional, relacional e religioso e não consoante o poder de género.
a amplitude dos direitos das egípcias não foi igualada em parte até à Primeira Guerra Mundial.
Algumas curiosidades que achei interessantes que o autor nos esclarece são essencialmente dois: o primeiro é a da não existência de escravos, mas sim de servos (todas as pessoas servem alguém inclusive o/a faraó e não havia indiferença para com as famílias mais abastadas, chegando a darem alimentos), e o exemplo da mesma valorização do género feminino e masculino (sendo um exemplo para as outras civilizações, até porque ao contrário do povo grego e romano, os egípcios não assassinavam os bebés do género feminino por acreditarem que não tinham capacidade).
A solidariedade feminina não era, pois, uma palavra em vã.
A civilização egípcia é um exemplo de como a igualdade de género funcionaria numa sociedade, de como a sororidade é saudável e era praticada e da importância da luta pelo feminismo, pelo alcançe dessa igualdade. Ao contrário do que se pode pensar , ainda não alcançamos a igualdade de género, de direitos na sociedade atual em parte pela influência da civilização grega e romana que menosprezavam as mulheres, tal como Christian Jacq menciona.
Neste aspecto, a humanidade regrediu muito.
Foi um livro importante, interessante e um bom ponto de iniciação ao feminismo.
Classificação: 4 estrelas.
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