terça-feira, 30 de agosto de 2022

Persépolis - A História de uma Infância e a História de um Regresso de Marjane Satrapi | Livros

Sinopse:


"Estamos em 1979 e, no Irão, sopram os ventos de mudança. O Xá foi deposto, mas a Revolução foi desviada do seu objetivo secular pelo Ayatollah e os seus mercenários fundamentalistas. Marjane Satrapi é uma criança de dez anos irreverente e rebelde, filha de um casal de classe alta e convicções marxistas. Vive em Teerão e, apesar de reconhecer bem o materialismo dialético, ter um fetiche por Che Guevara e acreditar que consegue falar diretamente com Deus, é uma criança como qualquer outra, mergulhada em circunstâncias extraordinárias.


Nesta autobiografia gráfica, narrada com ilustrações monocromáticas simples mas muito eloquentes, Satrapi conta a história de uma adolescência durante a qual familiares e amigos "desaparecem", mulheres e raparigas são obrigadas a usar véu, os bombordeamentos iraquianos fazem parte do quotidiano e a música rock é ilegal. Contudo, a sua família resiste, tentando viver uma vida com um sentido de normalidade. Um livro inteligente, muito relevante e profundamente humano. - BBC".


Género: Banda desenhada, Biografia, Feminismo, História.


Ano de Publicação: 2003.


Páginas: 351.


Editora: Bertrand.


Avaliação no Goodreads: 4.37.


Fotografia da minha autoria - Persépolis - A História de uma Infância e a História de um Regresso de Marjane Satrapi | Livros

Opinião:


Uma amiga da minha irmã emprestou-lhe esta banda desenhada como sugestão de leitura para este verão e mal ela acabou de ler também peguei emprestado por uns dias.

Não sabia o que pensar do véu. Eu era muito religiosa, mas, como família, éramos muito modernos e avant-garde.

Este livro já se encontrava na minha lista de desejos - aquela que sempre cresce e os livros por comprar vão aumentando - e, numa feliz coincidência percebi as maravilhas que contam sobre a Marjane Satrapi.

Não conseguia vê-los a olhar do outro lado do vidro. Não há nada pior que dizer adeus. É quase como morrer.

Nesta banda desenhada, acompanhamos alguns dos anos de crescimento da autora e os receios que teve enquanto criança, adolescente e jovem adulta. Até porque, através de Marjane, podemos nos aproximar dos sentimentos do que é crescer numa guerra instalada no país onde nasceu, o fanatismo religioso; as crises de identidade que sofreu por não saber quem era; o preço do amor verdadeiro até o encontrar (a nível pessoal e amoroso); o medo de perder os pais bem como a solidão de morar em vários locais onde o seu coração não se encaixa.

Deram isto ao meu filho na escola. Disseram ao rapaz que se fosse para a guerra e tivesse a sorte de morrer, poderia entrar no paraíso com esta chave.

Foi uma leitura com espaço para deixar cair uma lágrima ou outra, mas também para sorrisos soltos em alguns quadradinhos. Ela tem um humor particular e que foi muito bem recebido mediante o panorama de guerra que se compreende ser mais pesado do que a esperança sobre um pano de fundo cinzento.


É espantoso como cresceste. Não lhe disse que também ela tinha mudado. Na sua idade não se cresce, envelhece-se.

Gostei muito de conhecer um bocadinho da autora à medida que lia a sua história. Os desenhos são lindos e os diálogos ou até mesmo o espaço que dá para as suas reflexões são dignos de um coração livre.


Classificação: 5 estrelas.

2 comentários:

  1. Não conheço, confesso. Ainda assim parece ser interessante.
    Obrigada pela partilha.🤍

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