Sinopse:
"Num mundo obscuro e perturbador, as raparigas já não nascem de forma natural, as mulheres são doutrinadas nas escolas, treinadas nas artes de satisfazer os homens até estarem prontas para o mundo exterior. No final dos estudos, as melhores alunas tornam-se «companheiras» e permitem-lhes viver com o marido e gerar filhos até já não serem necessárias. Para as raparigas que ficam para trás, o futuro - como concubina ou professora - é sombrio.
As amigas freida e isabel têm a certeza de que irão ser escolhidas como companheiras - estão entre as melhores alunas do seu ano. Mas, à medida que se aproxima o ano final, isabel faz o impensável e começa a engordar... Nessa altura chegam a um ambiente protegido os rapazes, ansiosos por escolher uma noiva.
Uma crítica à obsessão da sociedade atual com o aspeto e o comportamento das mulheres.
Um livro ousado, arrepiante e totalmente viciante."
Género: Young Adult, Distopia, Feminismo, Contemporâneo.
Ano de Publicação: 2015.
Páginas: 389.
Editora: Civilização.
Avaliação no Goodreads: 3.77.
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As Filhas de Eva de Louise O'Neill | Livros |
Opinião:
Comprei este livro na Feira do Livro da Póvoa de Varzim como recomendação várias vezes da Helena Magalhães e da conta do Instagram:
hmbookgang criado pela mesma. Quando o encontrei entre os livros em segunda mão nem pensei duas vezes e ainda tive a sorte de estar novinho em folha.
No princípio, o Homem criou as novas mulheres, as evas.
Tenho-vos a dizer que foi um dos poucos livros de 2022 em que comecei e terminei de ler no mesmo dia. Já suspeitava pela sinopse que este livro iria me deixar agarrada até ler tudo, mas não pensei que fosse ser uma das melhores leituras deste ano.
As castidades continuam a perguntar-me porque não consigo dormir.
Desde a primeira página em que conheci Freida e Isabel, o horror da sociedade em que vivem e para o que vivem segundo foram desenhadas que só voltei a pousar o livro quando o terminei de ler.
Correm rumores de que, atualmente, nas Zonas Africana e Oriental só são desenhadas raparigas louras de olhos azuis, ignorando-se assim totalmente o passado dessas Zonas.
As Filhas de Eva ou As Raparigas de Papel (dependendo da edição que adquirirem) de Louise O'Neill conta-nos uma distopia em que a sociedade divide as mulheres em três categorias: companheiras (as que casam e vivem com um dos dez herdeiros dentro da zona euro), as concubinas (que são basicamente as amantes) e por fim, as castidades (as professoras responsáveis pela educação e formação).
Desejo que todos os ossos do meu rosto se partam, quero ficar desfigurada para além de qualquer possibilidade de reparação, para que seja inevitável um redesenho completo.
Todas as raparigas aos 4 anos são direcionadas para a escola onde as castidades lhes vão ensinar até aos 16 anos (o ano escolar em que os seus estudos terminam) a serem belas, a saberem se vestir e maquilhar, a saberem se comportar, a sempre estar dentro da média de peso calculada e claro, não é permitido chorar, fazer histeria ou tão pouco pensar (até porque não podem ler).
A memória da nossa Interação já está a esboroar-se, como acontecia aos castelos de areia quando a maré subia.
Fascinei-me com a imaginação da autora ao criar uma sociedade tão opressiva e delirante quanto a que encontramos aqui. Esta leitura fez-me lembrar a sinopse de Handmaid's Tale de Margaret Atwood e apesar de nunca ter lido, sinto que as duas partilham do mesmo tema e parte da premissa.
E assim, sem mais, parte-me o coração em dois.
Foi o único livro que li de Louise O'Neill e, fiquei completamente rendida, à sua escrita e imaginação. Foi uma das melhores leituras deste ano e, espero que a escritora continue a escrever livros tão bons quanto este.
Classificação: 5 estrelas.
Já me cruzei com este livro algumas vezes, mas confesso que nunca tive coragem de ler. Acho que a capa me "assusta".
ResponderEliminarPercebo que não seja uma leitura fácil de digerir, mas se algum dia tiveres coragem experimenta.
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