quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Molly Sweeney | Peça de Teatro

 Sinopse:


"O texto estrutura-se a partir da alternância das narrativas de três personagens sem interação umas com as outras – Molly, uma mulher independente e capaz, cega desde a infância, submete-se a uma cirurgia para tentar restaurar a visão; Frank, o entusiasta e inquieto marido que faz da cegueira da esposa a sua última causa; e Dr. Rice, outrora um famoso cirurgião, agora um alcoólico caído em desgraça que tenta restaurar a visão de Molly, numa tentativa de recompor a sua reputação.


Parte da construção dramática do texto é inspirada no estudo “Ver e Não Ver” de Oliver Sacks, mais especificamente em Virgil, um homem cego desde a infância cuja visão fora recuperada em adulto e, assim como Molly, após a operação, vê o seu mundo percetivo desmoronar e não se consegue ajustar ao novo mundo visual. A sua experiência é descrita como um “milagre abortado”.


No final, Molly diz: “vivo agora num país de fronteiras” onde as perceções deixaram de ser fidedignas, e a loucura e a realidade se fundem no mesmo caos."


Fotografia da minha autoria - Molly Sweeney | Peça de Teatro

Opinião:

Vi a primeira peça de teatro do ano no passado dia 7 de janeiro no Cine-Teatro Garrett na Póvoa de Varzim. Molly Sweeney aborda o tema da cegueira infantil de Molly, o seu processo de aprendizagem e adaptação dependendo dos outros sentidos (com a exceção da visão); a não conformação da sua situação e respetiva procura por uma cura do seu marido - o Frank - e, o encontro e possível tratamento pelo doutor Rice

É uma história que nos parece que pode ter um final feliz e, depois Molly surpreende-nos e desabafa connosco. Existe um momento muito bonito em que ela fala enquanto toca numa parede com azulejo azul escuro e com uma luz especial que simula o efeito da água da piscina.

A caraterística principal desta encenação foi a comunicação em monólogo sem contacto uns com os outros. Os atores - João Melo, Tiago Moreira - e a atriz - Susana Gouveia -, comunicam as suas histórias, perspetivas, pensamentos, ansiedades, desejos e medos inteiramente connosco - a plateia. Foi uma experiência positiva e, interessante.

A peça pelo Teatro das Beiras é encenada por Nuno Carinhas e o autor é o Brian Friel. Foi recebida pela associação cultural, a Varazim. E, numa fase em que a cultura está a precisar de apoio sinto-me melhor ao saber que de alguma forma o meu bilhete possa ter contribuído. Porque as pessoas continuam interessadas, é só uma questão de arriscarem e de experimentarem. Existem trabalhos artísticos que valem muito a pena.

2 comentários:

  1. Parece interessante. Já nem me lembro da última vez que fui ao teatro. 😐

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    1. Parece-me que podes voltar a experimentar e possivelmente gostar. Existe muito talento em Portugal 🎭

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