sábado, 5 de agosto de 2023

Os Anos de Annie Ernaux | Livros

Sinopse:


"Estendendo-se por um período que vai de 1941 a 2006, em Os Anos conta-se uma história que é simultaneamente coletiva e pessoal, transversal e intimista, de sessenta anos da vida de um país e da vida de uma mulher. Através de pequenos fragmentos narrativos, por meio da relação entre fotografias, canções, filmes, objetos ou eventos da história recente, mais do que uma desconcertante autobiografia, Annie Ernaux constrói uma recordação de um «nós», num relato sobre o que fica quando o tempo passa: «Tudo se apagará num segundo [...] Nem eu nem mim. A língua continuará a pôr o mundo em palavras. Nas conversas à volta de uma mesa em dia de festa seremos apenas um nome, cada vez mais sem rosto, até desaparecermos na multidão anónima de uma geração distante.» Galardoado com diversas distinções, entre as quais o Prémio Marguerite Duras 2008, em França, o Prémio Strega 2016, em Itália, e a seleção para o Prémio Man Booker Internacional de 2019, este livro confirmou Annie Ernaux como uma das mais importantes vozes da literatura francesa deste século."


Género: Literatura Francesa.


Ano de Publicação: 2020.


Páginas: 270.


Editora: Dois Mundos.


Avaliação no Goodreads: 4.17 ⭐⭐⭐⭐


Crédito - Os Anos de Annie Ernaux | Livros
Opinião:


Mais uma vez, Annie Eranux, não desiludiu. Neste livro, acompanhamos 60 anos da vida de uma mulher. Uma mulher que ama, que sofre, que recorda episódios pessoais e nos conta à medida que entramos nesta introspeção literária. 

nossa memória está fora de nós, em um sopro chuvoso do tempo.

Até ao momento em que escrevo esta opinião, Annie Eranux, é a autora de que li mais livros. E, não estava à espera desta minha admiração e inclusive busca por todos os seus livros. Conta com sete livros publicados em Portugal, dos quais já li 3 e porque "O Lugar" ainda não se encontra disponível no mercado editorial português. No entanto, já li na versão brasileira e, por isso, de oito livros já li metade em pouco mais de um mês.
minha história é uma história de amor.

Este livro, arrebata-nos pela simplicidade de escrever sobre toda uma vida de alguém, com pormenores e busca de memórias. Começo a associar esta liberdade de escrita à de Sally Rooney. Embora sejam autoras muito diferentes, conseguem captar as trivialidades da vida de forma aberta e elemental.

as metáforas que, de tão gastas, chegam a assustar por ainda serem ditas, a cereja do bolo.

Acho que também é por isso que gosto tanto dos seus livros. À partida parece acssível escrever sobre personagens com que nos associamos ou que (re)conhecemos em alguém presente na nossa vida, mas a verdade é que me parece um dos maiores desafios de escrever ficção. 

Não eram apenas as histórias que transmitiam a memória do passado, mas também os modos de caminhar, se sentar, falar e rir, chamar alguém na rua, os gestos de cada um ao comer ou segurar alguma coisa. Estes modos passavam de um corpo para o outro dos lugares mais remotos do interior da França e da Europa.

Ter uma história, ter as palavras na ponta da língua e conseguir captar todos os momentos é preciosidade no meu tipo de livros preferidos. Sem dúvida que vou continuar a descobrir os livros de ambas. 


Classificação: 5 ⭐⭐⭐⭐⭐

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