Sabes dizer quem és?

Normalmente, quando conheces alguém pela primeira vez dizes o teu nome, a cidade onde o teu coração mora, a idade que tens, o que fazes de momento (se trabalhas ou se estudas ou outra coisa qualquer), os teus hobbies, as tuas crenças bem como o que te faz feliz (do mais puro sorriso que te preenche).

E, se para além destes dados básicos também contares um pouco sobre quem és de verdade? O que te faz tirar os pés do chão, o que te motiva a continuar no matter the cost, o que te faz sonhar, o que te faz manter os sonhos até ao fim e o que te faz dar voz e força a cada um deles?

Fotografia da minha autoria - Sabes dizer quem és?

Sou mulher, sou sonhadora, sou inquieta e ao mesmo tempo super sossegada. No meu mundo mil pensamentos fluem à velocidade da luz. Pensamentos esses acerca da vida, do amor (que nutro, sinto e recebo), das (minhas) expectativas, dos meus desejos (mais profundos) e dos sonhos (mais cor-de-rosa que podia ter).

Gosto de correr atrás do que me motiva, do que me desassossega, gosto ainda de correr atrás pelo que me fascina, pelo que me entusiasma, pelo que me faz ser eu e pelo que me faz fugir da reta. Sabem aquela reta chata e sem graça? Pronto, é essa mesmo. Gosto mais das curvas, do desconhecimento presente em cada uma delas. Assim como, da elevação em cada colina (aquela que faz o nosso coração tremer da descarga de adrenalina) e do desnivelamento vigente em cada estrada meia torta que os meus pés encontram e a alma assenta.

Percorro durante muito tempo por motivos que aparecem e desaparecem ao longo dos meus dias num breve piscar de olhos. Ajusto a bússola e sigo para sul, mudo a ligeireza dos meus passos, modifico a estrutura do meu hodierno, do agora. Paro e respiro. Um respirar longo da jornada que comecei, de cada aventura que tive, das vidas em que esbarrei, dos amores que guardo em cada puzzle do coração como força para continuar.

A minha curiosidade não se sacia com amostras e breves vislumbres do que aparenta ser. Tenho de pôr as mãos na terra, de a mexer, de receber uma sensação nova à espera de uma interpretação. Porque para conhecer algo tenho de ultrapassar a barreira da ignorância ou das pedras estranhas que piso sem saber muito bem a justificação de estarem ali.

Nos dias frios, gosto de ouvir a chuva, de ter um copo de chocolate quente na mão, um livro na outra e uma manta sobre o resto do corpo.
Nos dias quentes, aprecio o sol tímido que nasce e que adormece com uma energia contagiante, de me sentar na areia, de uma boa limonada numa mão, uma câmara fotográfica na outra e que a única vista seja o mar até à linha do horizonte.

Gosto de dançar até os pés doerem; gosto de gelado e de um bom pedaço (ou pedacinhos) de chocolate; gosto de me sentir amada bem como de amar (muito) ao ponto de os mostrar a sua unicidade na minha vida e de apontar todas as qualidades boas que prezo neles; gosto de escrever, de ver filmes e séries que me impressionam com as histórias que contam; gosto de conversas profundas onde conheço a outra pessoa para além da primeira impressão que o meu cérebro gera.

No entanto, estes prazeres únicos são levados em conta porque tive de me encontrar em algum ponto ou coordenada das diferentes fases da minha vida, aos 10 ou aos 20 anos. Conhecer é um ato de aprendizagem que tens encarregue para o resto da tua vida. Estás sempre a mudar, estás sempre na estrada na descoberta do teu eu mais profundo.