sábado, 17 de setembro de 2022

Tudo o que nunca fomos - Deixa Acontecer Volume I - de Alice Kellen | Livros

Sinopse:


"Leah está destroçada. Leah já não pinta. Leah é um fantasma desde o acidente que lhe levou os pais.


Axel é o amigo do seu irmão mais velho e, quando aceita recebê-la em casa durante uns meses, quer ajudá-la a encontrar e a colar os pedaços da rapariga cheia de vida e cor que um dia foi. No entanto, Axel não sabe que ela esteve sempre apaixonada por ele e, apesar de serem quase família, nem sonha que a sua vida está prestes a mudar.


Porque ela lhe está proibida, mas desperta-lhe os sentidos.


Porque há o mar, as noites estreladas e os discos de vinil.


Por vezes, basta um «deixa acontecer» para se ter tudo.


Este é o primeiro livro de uma série de dois volumes repleta de emoções."


Género: Romance, Contemporâneo.


Ano de Publicação: 2020.


Páginas: 340.


Editora: Editorial Presença.


Avaliação no Goodreads: 4.00.


Fotografia da minha autoria - Tudo o que nunca fomos - Deixa Acontecer Volume I - de Alice Kellen | Livros

Opinião:

Comprei este livro a pensar na leitura ideal para me despedir do verão e, claro que não resisti à sinopse plena de liberdade, de amor e de arte. É capaz de ser uma das capas mais bonitas que agora guardo nas minhas estantes e, um dos romances com hobbies que um dia gostaria realmente de aprender, desde o surf à pintura. 

A água atingiu-me e fechei os olhos. Depois a cor desapareceu e voltei a sentir-me a salvo daquelas memórias que às vezes tentavam entrar, da vida que já não tinha, das coisas que desejara e que já tinham deixado de me importar.

Um dos motivos pelo qual decidi mergulhar nesta leitura foi exatamente pela temática do mar, essencialmente do surf; da música - a autora deixa-nos na sua nota, a indicação de algumas músicas dos Beatles que acompanham a vida pessoal de Leah a desabrochar mas, também os podemos encontrar em várias partes da história -, pelos pequenos momentos de prazer de ler e no geral pela arte, especificamente: a pintura. 

E decidi que a melhor forma era começar por aquilo de que mais gosto: o surf, o mar, o sol. E depois ir improvisando. Mas o importante é sentir prazer, são pequenas coisas, a música, a calma; decidi aproveitar tudo aquilo que me preenche.

Leah adora pintar, paixão herdada pelo pai, Douglas, adora os Beatles e, o surf que partilha em comum com o Axel. No entanto, um ou outro hobbie foi deixado por ambos por motivos diferentes e, que vão ser explorados no livro.

Acendi um cigarro. Deveria ter pensado em como ela era, que não desistiria sem se agarrar ao que sentia, porque vivia pelas emoções que a atingiam e em volta delas.

Tudo o que nunca fomos é o primeiro volume de um romance com capítulos alternados entre a Leah e o Axel, separados por dez anos de diferença. Leah sobrevive a um acidente de carro em que perde os pais e, conta com o apoio familiar do seu irmão mais velho, o Oliver. Mas também, com os amigos chegados da sua família, como é o caso do filho mais novo do casal, Axel que desde os cinco anos é o melhor amigo do Oliver.

Não sei, imagina que nos ensinavam desde pequeninos que a perda não é uma coisa triste, é só uma despedida, uma coisa natural sobre a qual se pode falar.

Acompanhamos a superação de Leah face à perda dos seus pais em especial pelo apoio de Axel que a desafia a voltar a ser feliz e a voltar a pintar tal como esta sente quando Leah vai para a sua casa a pedido do irmão que vai trabalhar para Sidney. Compreendemos o valor que este dá à sua amizade com o Oliver e à sua falta de coragem de lutar por Leah (um pormenor que espero que mude no segundo e último volume).

Naquela época tínhamos prometido um ao outro que viveríamos sempre assim, como naquele sítio que nos vira crescer e que era tão simples, tão relaxado, ancorado na essência do surf e da contracultura.

Sucintamente, este livro está repleto de mar, de areia, de surf, de longas noites a ouvir o vinil dos Beatles, de pinturas, de romance e um céu estrelado.

Fiquei calada, relaxada, sem afastar os olhos das vigas do teto de madeira, pensando que aquilo era perfeito; estar ao seu lado, passar o sábado no mar, entre pintura e música, cozinhando juntos, fazendo o que nos apetecesse... Desejei que fosse eterno.

Li-o enquanto me encontrava na piscina pelo que sinto que seria uma leitura perfeita se a tivesse feito na praia que é um dos lugares onde as nossas personagens principais passam grande parte do seu tempo. Terminei-o bem de noite a sentir que este livro ainda me tinha muito por contar uma vez que,  ainda tem um segundo volume pelo que, esse sim vai ser a verdadeira despedida do verão. 

O céu estava salpicado de estrelas e cheirava a mar.

É o primeiro livro que li da autora, Alice Kellen, porém, do que li, posso dizer que gostei muito e, espero que brevemente possa partilhar uma opinião mais completa assim que ler o segundo volume.


Classificação: 5 estrelas.

1 comentário:

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