Sinopse:
"Luiz Schwarcz é um dos mais influentes editores do Brasil e deu a conhecer algumas das mais relevantes vozes da literatura brasileira e internacional, na Companhia das Letras, por si fundada há mais de trinta anos. Dentro de si, porém, carrega o peso de um passado longínquo, mas doloroso. Esta é a história de uma família que abandonou tudo para fugir ao terror nazi: o pai de Luiz, húngaro, conseguiu escapar de um comboio a caminho do campo de concentração de Bergen-Belsen, deixando para trás o pai, no vagão que acabou por o conduzir à morte; a mãe de Luiz, croata, teve de decorar, aos três anos, um nome falso para embarcar com a família num périplo que os levou ao outro lado do Atlântico. Os destinos dos dois, André e Mirta, cruzaram-se no Brasil, com as lembranças do passado a ensombrarem as promessas de uma nova vida.
Filho único, Luiz, entendeu ser sua a missão de expurgar as culpas que o pai carregava por não ter podido evitar o fim trágico do próprio pai, avô do autor. Como se não fosse peso suficiente para os ombros de um jovem rapaz, Luiz via-se também como responsável por manter o casamento dos pais, união carregada de silêncio e dor. Assumir esse papel acabou por ser a fonte da angústia que o acompanhou ao longo de toda a vida."
Género: Memórias e Testemunhos.
Ano de Publicação: 2021.
Editora: Companhia das Letras.
Páginas: 192.
Avaliação no Goodreads: 3.73. ⭐⭐⭐
O Ar Que Me Falta: História de uma curta infância e de uma longa depressão de Luís Schwarcz | Livros |
A sensação de estar próximo ao céu, em espaço tão vasto, torna mais intenso os efeitos da respiração.
Hoje a depressão volta sem enredo específico, como uma reação química pura. Na maioria das vezes, inexplicavelmente, a velha senhora chega sorrateira. E tira a minha respiração.
Assim, vivo há muitos anos num mundo de poucas palavras, com um silêncio de sinais ambíguos.
Meus avós são responsáveis por vários capítulos alegres da minha existência.
É bem mais fácil superar a tristeza quando a vemos correr em nossa face, apertar a nossa garganta, impedir a nossa respiração.
Ela enxergava muito mal e não atinava com o que ouvia, assim aquelas canções que ninguém entendia eram a única forma de comunicação com o mundo, e consigo própria.
Este livro foi construído sobre uma longa história de silêncios.
Sem comentários:
Enviar um comentário