segunda-feira, 19 de novembro de 2018

A fugacidade de um fio de luz


Acordei com um fio de luz a espreitar por entre o meu quarto. A sussurrar-me de que já amanheceu e que daqui a cinco minutos o despertador vai soar. Entre uma pestana aberta e outra a esconder-se suspiro para o tempo. Como é que os dias correm tão rápidos?
Entre a fugacidade de um segundo para o outro o alarme por sinal toca. E essa é a minha deixa para me levantar da cama. Deixar os cobertores quentinhos e o meu travesseiro ainda com o relevo do específico lugar onde me encontrava. Dirigi-me para o chuveiro e faço a água fria tornar-se quente. Os espelhos embaciam, e o vapor da água desprendida torna a brisa do ar aconchegante. Enrolo a toalha e preparo-me. Desço o lance de escadas destinada a preparar o pequeno almoço e começo o dia. Vagueio entre as folhas caídas na rua e as poças de água da noite de chuva. Os pássaros entoam uma melodia suave e vespertina. Levantam as asas e sobrevoam o vale de flores outrora colorido, expressivo e vivo. Nos dias de hoje, retraídos, sossegados e adormecidos.
Ouço tudo o que dizem, penso em cada palavra que escrevo, saboreio tudo o que provo, falo tudo o que me vem á mente, meto-me todos os dias com ele só para ver o sorriso dele dizer-me olá, dou-lhe a mão e também eu sorrio. Gosto do correr dos meus pequenos dias, gosto de ver o céu quando saio de casa e quando chego. A mudança de cor, a mudança de luz. Os dias acabam, mas a vida, os objetivos, os sonhos não. Eles continuam e persistem em se realizar. Porque temos o poder de pintar o nosso mundo de cor de rosa se assim estivermos dispostos.
A ponte do universo dos sonhos perante a estrada da realidade só é tornada nossa quando acreditarmos, tentarmos, insistirmos, lutarmos e realizarmos. O segredo está na tua vontade, o poder na tua alma, bem dentro de ti.

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