Antes de mais nada, este desafio foi criado pela carolina do blog
Thirteen, inserido no desafio 1+3 | Pós-Pandemia. Ultimamente, tenho seguido bastante o seu trabalho e quando encontrei este tema - pesado mas, necessário abordar - não pensei duas vezes antes de lhe enviar um email a demonstrar o meu interesse em igualmente participar.
Coronavírus. Quarentena. Álcool desifentante. Máscaras. Luvas. Casa. Proteger. Enfermeiros. Médicos. Heróis. Ajudar. Vacinas. Casos. Recuperados. Óbitos. Infetados. Humanidade. União. Global.
Lives. Donativos. Salvaguardar. Arco-íris. Esperança. Amor-próprio. Plantar. Regar. Esperar. Crescer. Consciencializar. Mudar. Adaptar. Fé. Filmes. Séries. Livros. Pintar. Cozinhar. Música. Puzzle. Fotografar. Yoga. Paciência. Orar. Meditar.
A lista de palavras acima são palavras presentes no meu quotidiano atual. Meu e de muitas outras pessoas. Acredito, que todas as gerações são marcadas por uma fase. Ou fases. Menos boas e outras espetaculares.
Na década de 60, houve a segunda onda de feminismo nos Estados Unidos e a luta pela liberdade de orientação sexual bem como a libertação do preconceito do termo negro ou preto. Ocorreu, portanto, uma mudança substancial, do modo, como pensamos, sentimos e atuamos num mundo co-habitado com n de personalidades, x tipos de pensar e y de formas de sentir diferentes.
Martin Luther King, John F. Kennedy, Che Guevara, Fidel Castro, Rainha Elizabete II. São algumas vidas que marcaram milhares de outras vidas.
Na década de 70, aconteceu a revolução dos cravos - liberdade no seu esplendôr - , independência de colónias e ainda a corrida espacial. Explorou-se o conceito de liberdade e aperfeiçoou-se no tempo até aos dias de hoje. Grandes acontecimentos requer grandes vozes. Marcelo Caetano, António Ramalho Eanes, Papa João Paulo I. São outras vozes que se fizeram ouvir.
Na década de 80, ocorreu a queda do muro de Berlim, a união da princesa Diana Spencer com o príncipe de Gales - Charles Windsor -, iniciou-se a era do poder da informação. Aprender sempre nos leva mais longe. Mário Soares, Michael Jackson, Madonna, Papa João Paulo II, Indira Ghandi. Pessoas que se debruçaram sobre livros para poderem chegar até nós.
Na década de 90, sucedeu-se o desenvolvimento do computador e do uso da internet, o desenvolvimento económico e de mentalidade. Otimismo e Esperança foram as palavras-chaves para esta década. Jorge Sampaio, Nelson Mandela, Linkin Park, Red Hot Chili Peppers. Cada um encontrou uma razão, e pelo menos uma, na palavra esperança e ver o mundo a cor de rosa.
Penso que não seja preciso recordar a era 2000, a era de muitos de nós. Podemos ter uma costela de outras décadas marcadas pelo nosso nascimento, no entanto, o ano 2020, em que nós vivemos é marcado por todos nós que fazemos a diferença.
É complicado sentirmo-nos presos em casa. É difícil ver o sol nascer e pôr-se através de uma janela ou ainda para os mais sortudos através de uma varanda. Mas, é mais difícil para as pessoas que todos os dias correm mil e um perigos por de alguma forma, ajuderem-nos a manter em casa e a cuidarem dos nossos - a nossa família de sangue e a escolhida - por isso, resta nos ter fé. Crença de que todos os males passam e esta é a nossa fase menos boa.
2020, era para muitos objetivos sociais, profissionais e até mesmo pessoais. O lado bom é que os sonhos sempre se podem ajustar. Os meus propósitos após esta pandemia:
Abraçar muito mais. Quem diria que o poder do toque hoje tão escasso - se possível de todo - seria a nossa forma de assegurar que está tudo bem ou que vai tudo ficar bem, de novo;
Passear de forma livre. Por vezes, saímos de casa e deambulamos pelas ruas da cidade a pensar no batom que devíamos ter colocado e que recusamos por mera preguiça. Pois quando todo este pesadelo chegar ao fim, eu quero sair à rua de cara lavada e passear pelas ruas a pensar na pessoa com quem me vou encontrar, no abraço que me espera ou no amor-próprio que todos os dias me acompanha;
Tempo para as aventuras. Como sabem estou de quarentena na Polónia, o meu país de erasmus, e não é fácil estar a milhares de quilómetros de distância da nossa casa, da nossa família, da nossa cidade. No entanto, espero que quando esta fase terminar, possa me aventurar entre trilhos e respirar o ar de fora.
Ler no jardim da cidade. Sou uma pessoa de leituras mais em casa, porque é onde encontro mais sossego. No entanto, neste momento, olho para os jardins e só desejo em breve lá estar sentada no banco a ler.
Dizer pessoalmente o quanto gosto das minhas pessoas. Apesar de ser grata pela internet e pelas chamadas de vídeo quero muito poder estar e dizer um obrigada às pessoas da minha vida por lá estarem, com ou sem distância física.
Resumindo, espero que esta fase menos boa passe bem depressa. Quero saborear de novo, o descanso dos fins de semana, quero me cruzar com as pessoas, quero comer um gelado enquanto passeio, quero ler ao sol numa toalha de praia e ver o nascer do sol, quero fazer longas caminhadas, quero marcar um café para pôr a conversa com as minhas amigas em dia e entre estares partilharmos as loucuras que vivemos em tempos de quarentena. No final, quero agradeçer por ter terminado e reconhecer a fortuna que temos em ter pessoas na nossa vida.