Sinopse:
"Tudo parecia calmo e comum na superfície... mas no fundo era o início de uma revolução!
Esqueça as histórias sobre sereias que você conhece. Esta é uma história diferente — e necessária. E tudo começa no fundo do mar. Com uma garota chamada Gaia, que sonha em ser livre de seu pai controlador, fugir de um casamento arranjado e descobrir o que realmente aconteceu à sua mãe desaparecida.
Em seu aniversário de quinze anos, quando finalmente sobe à superfície para conhecer o mundo de cima, Gaia avista um rapaz em um naufrágio e se convence de que precisa conhecê-lo. Mas do que ela precisa abrir mão para transformar seu sonho em realidade? E será que vale a pena?
A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões chega para trazer um pouco mais de contos de fadas para a linha DarkLove, da DarkSide® Books. Mas não do jeito que você espera; aqui, a história original de Hans Christian Andersen — e também suas versões coloridas e afáveis em desenhos animados — é reimaginada através de lentes feministas e ambientada em um mundo aquático em que mulheres são silenciadas diariamente — um mundo que não difere tanto assim da sociedade em que vivemos.
No reino de ilusões comandado pelo Rei dos Mares, as sereias não recebem educação, não têm direito de fala, devem se encaixar em um padrão de beleza impossível e sempre sorrir. É neste cenário que a autora irlandesa Louise O’Neill apresenta uma história sobre empoderamento e força feminina. Com narrativa e olhar afiados, a autora ainda desenvolve aspectos do conto original que passaram batido, como o relacionamento de Gaia com as irmãs e as camadas complexas da Bruxa do Mar.
A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões, que chega ao mundo acima da superfície da água com o padrão de qualidade que virou marca registrada da DarkSide® Books, mostra como, em um reino comandado pelo patriarcado, ter uma voz é arriscado. Mas também como querer usá-la é uma atitude extremamente poderosa e valiosa. Ainda mais em tempos tão sombrios."
Género: Fantasia, Mitologia.
Ano de Publicação: 2018.
Páginas: 224.
Editora: DarkSide Books.
Avaliação no Goodreads: 3.42 ⭐⭐⭐
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| Crédito - A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões de Louise Neill | Livros |
Opinião:
Na
Barbie Book Tag (Original) contei-vos que estava a ler "A Pequena Sereia e o Reino das Ilusões" de Louise O'Neill e, hoje venho partilhar a minha opinião sobre esta distopia de uma das histórias mais conhecidas.
O livro que você tem em mãos é um verdadeiro tesouro.
É o segundo livro que leio da autora e, apesar de não ter gostado tanto quanto "
As Filhas de Eva", a verdade é que é um livro interessante de ler com um ponto de vista muito diferente sobre "A Pequena Sereia" e a história tal e qual como a conhecemos. Aliás, a autora deixa muito claro no título para o que encontramos: a
retelling de uma história mascarada pela ilusão.
Cantam por vingança de tudo o que lhes foi infligido.
Neste livro, Ariel vive no fundo do mar, mas num sistema de opressão. Sabe-se que tal como a mãe tem o desejo de conhecer o mundo dos humanos, no entanto, está interdita sob a ameaça do pai, o Rei dos Mares.
Vivem nos dizendo o quanto os humanos são maus e depravados. Estas são as pessoas responsáveis pela minha infância, pelas várias noites tateando em meio à escuridão em busca da mão reconfortante que nunca viria.
Tem a voz mais bela do reino e é também a princesa mais bonita pelo que é fácil fazer um casamento pré arranjado em troca de eterna lealdade e fortalecimento da união do reinado. O que não a deixa feliz e a impele a pensar nas aventuras que poderia ter se ao menos a sua liberdade não fosse tão curta.
O sol vai se esgontando à medida que a tarde se estende para encontrar a noite, murchando no céu lilás.
Louise O'Neill dá-nos uma versão feminista sobre a perpetuação do machismo e do sistema patriarcal. O dificíl é queremos esta história em vez da original. Não porque não reconhecemos o seu valor, mas antes porque é mais imperiosa.
Um assobio, um estrondo é uma explosão de pó dourado.
Não existe muito espaço para sonhar ou para nos deixarmos encantar com a beleza do fundo do mar. Preocupamo-nos mais com o destino de Ariel e com a infinitude ou finitude, neste caso, da liberdade.
Os homens humanos não lhe trarão nada além de dor.
Nesta narrativa também não temos o Sebastião - o amigo carangueijo - nem o Sabidão - o amigo gaivota - o que acaba por não deixa margem para sequer um amigo que lhe dê conselhos ou a escute. Nesse papel temos antes a avó materna, uma espécie de zeladora da sua neta mais nova.
Cada dia traz um silêncio cada vez mais inquietante.
Por várias razões prefiro guardar a história original de "A Pequena Sereia", mas reconheço o contributo deste livro para uma maior humanização das histórias, para uma realidade mais perto da nossa.
Classificação: 4 ⭐⭐⭐⭐
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